Dez anos depois de Tobey Maguire lançar as primeiras teias para os cinemas, encontramo-nos num reboot da franquia. Uma notícia que abalou toda a população de Manhattan, porque além de não existir mais um Peter Parker humilde e que colava os olhos de toda a gente aos ecrãs com as suas teias, não teriamos também, o grande e genial Sam Raimi. Mas nesses dez anos, no que é que o Spider-Man cresceu? No que é que mudou? O que é que lhe transformaram?
Ora bem, em 2002, Sam Raimi estreia-nos o primeiro filme duma suposta saga que acaba por ser uma trilogia, Spider-Man. Nesta altura (até 2007), nunca precisou do The Amazing… para ser amazing. Raimi apresenta-nos um Peter Parker não tão juvenil como costumamos ver; uma Mary Jane mais matura; e um Duende Verde mais objetivo, mais tecnológico e não tão maléfico e obscuro como nas B.D. Mas mesmo assim, o que é que Raimi fez de tão especial para o Spider-Man ser tão amado?
Raimi pega numa personagem dos pequenos e faz com que toda a família o veja. Faz com que Peter Parker seja um rapaz ainda mais humilde que aquilo que se pensava. Mais responsável que aquilo que era, e por fim, um herói amado pela sociedade. Mas Raimi, além dos seus retoques psicológicos, dá também os seus toques (talvez) de sonho. Da t-shirt branca, calças de fato de treino e uns trapos na cabeça, o famoso Aranha-Humana, ao fato bombástico que Peter Parker consegue desenhar e costurar. Raimi explica-nos tudo sobre “Como funciona o Spider-Man para totós”. Subir prédios, saltar a altitudes inimagináveis, super flexibilidade e por último, aquele toque de magia que todos nós esperamos quando vemos um super-heroi em ação: as teias. No entanto, para este Peter Parker, fazer teias é algo que a ele não lhe assiste, então, Raimi facilita-lhe a vida: as teias lançadas pelo Aracnídeo são, nada mais, nada menos que teias naturais. Talvez o único (e chocante) facto que nos é dado nesta trilogia. Peter Parker já não se precisa de preocupar se ainda tem recargas suficientes nos lança teias, porque elas fazem parte do próprio ADN, como numa verdadeira aranha.
Mas Raimi fez tudo bem, não fez? Todos nós gostávamos do nosso amigo e vizinho Spider-Man, não era? Pois era, mas não é o mesmo que vamos ver este ano. Porque sem muito para aprofundar num projeto ainda indisponível para os nossos olhos, The Amazing Spider-Man retrata um Peter Parker totalmente teenager. Não há Mary Jane, mas sim o primeiro (e falhado) amor, Gwen Stacy. A maior e notável transformação do Spidey é que, o fato (feito por ele) é demasiado exagerado para um reboot, além de que foge bastante às linhas originais.
Mas afinal, The Amazing Spider-Man vai abalar, ou concentrar ainda mais fãs? Vai dar o mesmo estrondo que deu há dez anos atrás? É bom que seja mesmo amazing.