Estão prontos para algo que vai mudar a vossa vida? Que vos irá fazer gritar por alegria? Que vos irá fazer amar ver um filme como nunca antes? Eu também estou pronto para tal acontecimento, mas fica para a próxima.
Chris Farraday deixou a vida do crime há uns bons anos para assim seguir a sua vida como marido. No entanto, o seu cunhado Andy estraga um negócio de droga ao seu cruel patrão, Tim Briggs, e então Chris vê-se obrigado a voltar a fazer aquilo que ele faz melhor - contrabando - para pagar a dívida de Andy. Chris é um lendário contrabandista e rapidamente forma uma equipa com a ajuda do seu melhor amigo Sebastian, para um golpe final no Panamá, na esperança de trazer milhões de notas falsas. Mas quando o plano se desmorona, a horas de alcançar o dinheiro, Chris terá de recorrer às suas enferrujadas habilidades para navegar por uma traiçoeira rede criminosa de traficantes de droga, polícias e assassinos antes da sua mulher Kate e dos seus filhos se tornarem o alvo. A temática é mais que banal, um ex-badass seguiu uma vida normal deixando para trás “o trabalho sujo” para cuidar dos seus filhos. Até que… Tem que voltar ao que sabe fazer melhor, “trabalho sujo” que neste caso é contrabando para um último grande e clássico golpe. Isto é praticamente um resumo do que o que podem ler em cima, no entanto, é para mostrar o quanto este filme é mais um para a lista de mil filmes deste género.
No entanto, tem certos pormenores que o podem fazer ficar um bocadinho fora da tal lista. Para começar, o facto de conter uma história mais escura: é algo mais sério, mais envolvente, no entanto tem uma conclusão tão simples tal como todos os filmes deste género. Como todos vocês devem saber, o fim é algo muito importante num filme, muitas das vezes decide as nossas opiniões em relação ao mesmo e este é um desses casos. O fim desilude e não faz jus a um desenvolvimento interessante e envolvente. O fim foi mal feito, está dito, e este final fez com que este filme se tornasse num filme a incluir à tal lista dos mil filmes deste género, o que é pena porque teve um belo desenvolvimento com o acompanhamento de atores excecionais.
Falando em elenco, quero realçar duas personagens secundárias, são elas: Sebastian Abney e Tim Briggs, interpretados por Ben Foster e Giovanni Ribisi, respetivamente. São duas personagens essenciais no filme, que o levaram a ser diferente, não esquecendo, Foster e Ribisi que roubaram o filme ao protagonista Mark Wahlberg, que sendo um dos meus atores favoritos, neste filme esteve num papel banal que o mesmo interpretou com extrema facilidade visto que não lhe exige grandes dotes artísticos, não pelo menos para a qualidade que Wahlberg transporta como ator. De resto, o elenco foi todo satisfatório, não sendo necessário realçar mais alguém.
Nos vários aspetos técnicos, há que destacar a bela fotografia do Panamá e também da cidade Nova Orleães nos Estados Unidos da América. A banda-sonora é algo que se destaca no filme, principalmente a música final, que se adapta bastante ao filme. A realização concedida por Baltasar Kormákur, também ator que encarnou uma das personagens na versão original deste filme intitulada Reykjavík Rotterdam, oferece-nos uma realização ajustada ao filme, ou seja, bem focado nos pontos principais da acção e nunca deixando o espectador perder um segundo da acção do filme. Resumindo, Contraband é um filme que para os amantes do género é algo que não desaponta e que provavelmente até se acaba por tornar muito interessante, para quem está à procura de algo novo, talvez não seja a melhor opção.
2,5 Estrelas em 5
Realizador: Baltasar Kormákur
Argumento: Aaron Guzikowski
Elenco: Mark Wahlberg, Giovanni Ribisi, Kate Beckinsale, Ben Foster, entre outros.
Trailer